domingo, 22 de abril de 2012



 O quarto é pequeno. Sou capaz de ser apenas ‘eu’ enquanto a casa é o seu aconchego. Sempre que chove, penso que é um milagre. A sua tristeza é capaz de abarcar duzentas nuvens sobre uma cidade de pessoas esquecidas. Sobre um país de pessoas esquecidas. Sobre o corpo de uma menina pobre e frágil, que inventa estórias para não ter medo do escuro ou do afastamento. Não me esqueça, não deixe nenhum segundo escapar sem mim. É tudo o que peço. E posso chorar tanto quanto o céu, por você. Chorar ao telefone por falta de cobertura. Por silêncio. Mas não há silêncio no mundo que nos separe. E estarei ao seu lado todos os dias, mesmo que seja mentira. Não faz mal se mentirmos juntos. Eu quero que você fique, mesmo que seja de longe. E quero recompensar todos aqueles que gastaram as fichas em nós dois.
Tínhamos tudo para desviar o traçado, mas aconteceu. Ninguém mais é como você. Ninguém mais é como eu. Ninguém mais como você encontra alguém como eu.  

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